Em assembleia realizada nesta sexta-feira (21), os trabalhadores do Hospital de Campanha Covid, de Eunápolis, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir da próxima quinta-feira (27), devido aos constantes atrasos nos salários.
A Fundação Gonçalves e Sampaio, que administra o hospital, será notificada na próxima segunda-feira (24), informou Raimundo Santana, dirigente do Sintesi e Sindtae, sindicatos que representam os trabalhadores em saúde. A lei determina um prazo de 72 horas entre a notificação da empresa e o início da paralisação.
Desde que o Hospital Covid começou a funcionar, no ano passado, o salário tem sido depositado entre os dias 20 e 25, quando deveria ser pago no quinto dia útil de cada mês.
A unidade de saúde é mantida pelo governo do Estado, mas a gestão é terceirizada. O governo baiano deposita os recursos na conta da Secretaria Municipal de Saúde de Eunápolis, que repassa o dinheiro para a fundação.
O QUE DIZ A PREFEITURA
A Prefeitura de Eunápolis informou que o Governo do Estado vem atrasando o repasse dos recursos para a manutenção do Hospital Covid, enquanto a Secretaria Municipal de Saúde está cumprindo com todas as suas obrigações referentes à unidade.
“O Governo do Estado deveria realizar o repasse até o dia 5 de cada mês. Contudo, não é o que ocorre, pois o recurso não vem sendo repassado no período estabelecido e, até o momento, encontram-se em atraso as competências de março e abril. Neste sentido, a Secretaria Municipal de Saúde esclarece que o Hospital Covid é gerido pela Fundação Gonçalves e Sampaio, e ao município compete apenas encaminhar recursos que são enviados pelo Governo do Estado”, informou a prefeitura.
“De acordo com o Plano Operativo contido no contrato entre prefeitura e Fundação, é preciso que a contratada (FGS) apresente documento comprobatório do serviço prestado. Compete, também, à contratada, anexar mensalmente aos relatórios encaminhados à Secretaria Municipal de Saúde os comprovantes de quitação de despesas efetuados no mês imediatamente anterior. Somente após esse procedimento legal estabelecido no contrato entre prefeitura e fundação, o repasse pode ser efetuado corretamente”, acrescentou.
GOVERNADOR NÃO SABIA DOS ATRASOS
Durante inauguração do mercado municipal de Itagimirim, na quinta-feira (20), o governador Rui Costa disse que desconhecia o atraso no repasse dos salários, uma vez que o hospital é administrado por uma empresa terceirizada. “O Estado paga regularmente todos os prestadores de serviço. Vamos ver o que está acontecendo e pedir imediatamente uma correção para que esses pagamentos aconteçam na data certa, até porque essas pessoas estão se dedicando para cuidar de outras pessoas”, disse o governador.
Segundo ele, é “uma injustiça com aqueles que estão trabalhando, se dedicando para salvar vidas humanas e não podem ter atraso dos seus recebimentos”. A Secretaria de Saúde da Bahia informou que o contrato está em execução e a parcela do salário depende da liberação do Fundo Estadual da Saúde. As informações são do site Radar64.