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Ministra dos Povos Índigenas, Sônia Guajajara chega a Itapetinga hoje e vai até local onde líder foi assassinada

A região de Itapetinga foi palco de um intensos conflitos entre fazendeiros e povos indígenas neste domingo (21), e resultou no trágico assassinato da líder indígena Maria de Fátima Muniz. A gravidade do ocorrido chamou a atenção da mídia nacional, sendo também noticiada por programas de televisão em outros países, evidenciando a seriedade da situação.

Diante desse cenário, a Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, planeja chegar a Itapetinga nesta segunda-feira 22, acompanhada por agentes da Polícia Federal e autoridades federais e estaduais. A presença das viaturas da Polícia Federal na região indica uma resposta imediata das autoridades para lidar com a complexidade da situação. Em meio à comoção nacional, o governador do Estado se pronunciou através de um vídeo, repudiando veementemente o ato e convocando toda a cúpula de segurança pública para enfrentar os desafios presentes na região.

Um homem de 20 anos, identificado como autor do disparo que resultou na morte da líder indígena foi preso. O suspeito foi transferido para o Presídio de Vitória da Conquista, e encontra-se à disposição da justiça.

O Ministério dos Povos Indígenas publicou uma Nota Oficial sobre o ocorrido

Neste domingo (21/01), uma indígena do povo Pataxó Hã Hã Hãe foi assassinada e outras foram feridas por disparos de arma de fogo na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, que se situa nos municípios de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia, no sul da Bahia, após ataque de fazendeiros do grupo autointitulado “Invasão Zero”, na retomada da Fazenda Inhuma, no município de Potiraguá, em área reivindicada pelos Pataxó Hã Hã Hãe como de ocupação tradicional.

O cacique Nailton Muniz foi atingido no rim e passou por cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga. A vítima fatal foi sua irmã, Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó. Entre os feridos está uma mulher que teve o braço quebrado. Outros feridos foram hospitalizados, mas não correm risco de morte.

Cerca de 200 ruralistas da região se mobilizaram através de um chamado de WhatsApp, que convocava os fazendeiros e comerciantes para recuperar por meios próprios, sem decisão judicial, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado (20/01). Eles cercaram a área com dezenas de caminhonetes. Dois fazendeiros foram detidos, incluindo o autor dos disparos que vitimaram Nega, além de um indígena que portava uma arma artesanal. Segundo a Polícia Militar (PM), um fazendeiro foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável.

Uma comitiva do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), liderada pela ministra Sonia Guajajara, embarca para a região nesta segunda-feira (22). Através do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas, o MPI acompanha o caso desde que recebeu as primeiras informações e está fazendo interlocuções com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), incluindo diretamente a Polícia Federal (PF), com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e a Secretaria de Segurança da Bahia.

Representantes do Ministério, que estiveram recentemente no sul da Bahia, discutindo questões territoriais com as lideranças Pataxó Hã Hã Hãe, também estão em contato com a Coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia, para garantir o cuidado com os feridos.


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