Na novela “Renascer”, Itororó e Firmino Alves foram celebradas como ícones da carne de sol, eternizadas pela fala de um personagem que entrega uma manta de carne e afirma: “Firmino Alves e Itororó, a melhor carne de sol da região”. No entanto, a realidade atual das cidades levanta sérias dúvidas sobre essa reputação.
Apesar da fama na ficção, os municípios carecem de infraestrutura adequada para suportar tal título. Não há abatedouros funcionando dentro dos padrões sanitários exigidos, e relatos de moradores indicam que o abate do gado ainda ocorre de maneira rudimentar, muitas vezes no meio do mato, sem o devido cuidado higiênico.
Essa situação não só coloca em xeque a qualidade e a segurança da carne oferecida, mas também questiona a veracidade da fama atribuída pela novela. Afinal, como é possível garantir um sabor e uma qualidade superior quando os critérios básicos de higiene e processamento não são seguidos?
Para completar, o município de Itororó recebeu o título de “Capital Baiana da Carne de Sol”, em maio deste ano. O projeto de lei, proposto pelo deputado Rosemberg Pinto (PT), reconheceu a iguaria como principal fonte de renda e emprego do município. A lei de concessão de título foi sancionada pelo governador Jerônimo Rodrigues e publicada na edição do Diário Oficial do Estado (DOE).
Portanto, fica a reflexão: onde está realmente esse sabor tão exaltado na televisão? Se os processos não atendem aos padrões mínimos de qualidade, a suposta excelência da carne de sol de Itororó e Firmino Alves pode não passar de uma lenda televisiva, sem correspondência na realidade cotidiana dos habitantes dessas cidades.
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