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Potiraguá: Padre Augusto escreve reflexão política para este ano eleitoral: veja!

José Augusto Ferreira Silva, é Padre da Igreja Católica de Potiraguá. Além de Jornalista, filosofo e teólogo, Padre Augusto também é graduando em Letras/Português e Especialista em Psicologia Social.

O texto é uma reflexão política que descreve a cronologia para este ano eleitoral. Veja logo abaixo.

 

“A crônica política

Estamos no ano eleitoral, onde os municípios têm a possibilidade de renovação nos poderes executivos e legislativos. Hoje as redes sociais aparecem como uma via de informações, mas também como um meio de propagar fake news. Neste tempo sempre recorro ao livro A Política, de Aristóteles, e descubro o quanto a política era um ideal de libertação para os menos favorecidos. Aristóteles em sua obra trabalha os conceitos de Cidadão com seus deveres e direitos e Estado com as suas atribuições.

Nos relacionamentos, a forma de nos comunicar com o outro, não deixa de ser uma questão política, logo a política está imbuída em nós cidadãos. Política nos relacionamentos e Política enquanto meio impositivo do Estado são realidades do nosso dia a dia. Conforme Aristóteles, a verdadeira característica do cidadão é o direito de votar e de participar do poder público em sua pátria.

É um direito do cidadão participar ativamente de tudo o que se refere à política, o problema é que estamos tão desiludidos com a política que nos desinteressamos por ela, acusando de forma generalizada que todos os políticos são corruptos. O ideal não é acusar, mas lutar por esse bem, que surgiu para libertar aqueles que vivem as margens da sociedade. Os pobres.

Hoje cada cidadão está mais preocupado com o seu bem-estar, se tem um subemprego, conseguido com indicação, bajulação ou até para calar a boca profética, do que com o outro. Cada um pensa em si!

Percebe-se uma ausência de políticas públicas que beneficie crianças, jovens, adultos e a terceira idade. Percebe-se falta de planejamento nas cidades. Bairros sem infraestrutura, mas o marketing nas redes sociais cobre todos esses abandonos para com a população. Paga-se um mísere percentual, em forma de salário, para alguns gritarem nos quatro cantos das cidades que o “homem é bom. O homem é espetacular”. Na mesma obra Aristóteles afirma “Quem não me ostentem todos esses talentos vulgares, que mostre ao Estado as virtudes necessárias”.

É disso que precisamos. Virtudes necessárias que mudem a vida do cidadão. Que cada um viva com dignidade a sua infância, a sua juventude e a sua velhice. Não podemos nos contentar com o pouco. Esse pouco pode durar apenas 4 anos. Quando lutamos por vida digna para todos os cidadãos não existe tempo de duração. É uma luta que se prolonga por toda a vida.

Não vamos nos satisfazer com o pouco. Vamos olhar para o todo. Isso só ocorrerá quando tivermos um coração inflamado de amor e misericórdia, quando olharmos para o outro e nos solidarizarmos com os seus sofrimentos. A nossa política só terá novos rumos, quando tivermos a coragem de exercer nossa cidadania, votando em um candidato que veja o outro com amor, desprendidos de privilégios e de poder opressor. Votar é um direito nosso. Sofrer com a política é uma escolha!”.


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