O advogado Franklin Ferraz, responsável pela defesa da família Vieira Lima, entrou com um pedido de reintegração de posse da Fazenda Esmeralda, em Potiraguá, cidade do sudoeste da Bahia, ocupada na madrugada de sábado (23) por homens que alegam ser indígenas da etnia pataxó. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo.
O pedido ainda não foi analisado pela Justiça baiana. Segundo o advogado, área da fazenda possui título de propriedade desde 1936 e pertence à família Vieira Lima desde 1995. “Nunca houve nenhuma disputa ligada à questão indígena nesta região”, afirmou.
Com 643 hectares e 1.100 cabeças de gado, a fazenda pertence ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, ao deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB) e ao espólio do pai de ambos, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, morto no ano passado.
Em depoimento à polícia, os funcionários da fazenda disseram que os invasores vestiam cocares, trajes indígenas e falavam dialetos entre si. Os homens informaram que a fazenda seria um local considerado “sagrado” pela tribo por abrigar pelo menos três cemitérios indígenas.
Ao jornal, o delegado Antônio Roberto Gomes da Silva Júnior, coordenador da Polícia Civil de Itapetinga, afirma que os invasores ameaçaram ocupar outras fazendas da região que pertencem a Geddel.
Ele não descarta que o grupo esteja em busca de dinheiro ou objetos de valor do ex-ministro. “É uma hipótese que não pode ser descartada”, afirma o delegado.
A Funai (Fundação Nacional do Índio) informou que não tem informações sobre o grupo que teria invadido a fazenda.