O ex-presidente Lula (PT) confirmou, pela 1ª vez, sua candidatura presidencial nas eleições de 2022. Em entrevista concedida a uma revista francesa, o petista disse que “não hesitará” em disputar o pleito contra o atual presidente Jair Bolsonaro.
A declaração foi feita à Paris Match, publicação impressa que circula na capital francesa. A entrevista foi publicada nesta 4ª feira (19.mai.2021).
Questionado literalmente se será candidato nas eleições de 2022, Lula respondeu: “Se estiver na liderança das pesquisas para ganhar as eleições presidenciais e gozando de boa saúde, sim, não hesitarei”.
“Presidente Lula em 2022, é possível?“, perguntou a revista francesa. “”Sim é possível. Basta fazer a pergunta para povo brasileiro”, disse Lula.
“Acho que fui um bom presidente. Criei laços fortes com a Europa, América do Sul, África, Estados Unidos, China, Rússia. Sob meu mandato, o Brasil tornou-se um importante ator no cenário mundial, notadamente criando pontes entre a América do Sul, África e os países árabes, com o objetivo de estabelecer e fortalecer uma relação Sul-Sul e demonstrar que o predomínio geopolítico do Norte não é inexorável”, declarou.
O ex-presidente também respondeu sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que anulou suas condenações feitas pela operação Lava Jato. Lula voltou a criticar a conduta do ex-juiz Sergio Moro nos processos.
“Em meu 1º depoimento, disse ao juiz Moro: ‘Você está condenado a me condenar porque a mentira foi longe demais e você não tem como voltar atrás’. Essa mentira realmente envolveu um juiz, promotores e a grande mídia do país, os quais me condenaram antes mesmo de eu ser julgado. O que eles não sabiam é que estou pronto para lutar até o último suspiro para provar que se uniram para me impedir de ir às eleições”, afirmou.
A relação diplomática entre Brasil e França também foi tema da entrevista de Lula. Ele falou sobre a importância do cultivo da amizade entre os 2 países.
“Acho que a relação entre os nossos dois países sempre foi extraordinária, excepcional! Acho que tem que continuar assim, apesar das diferenças ocasionais. O Brasil não deve procurar entrar em conflito com nenhum país. Nossa última guerra foi contra o Paraguai há 150 anos! Posso ter divergências com o presidente dos Estados Unidos, mas não devo perder de vista que devo manter relações diplomáticas com ele para garantir a democracia, a política de desenvolvimento, as relações comerciais, a ciência e a tecnologia”, concluiu. Fonte: Poder 360