O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou todos os votos de quatro vereadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT), eleitos em 2020 na cidade de Uauá, norte da Bahia, por fraude à cota de gênero com candidaturas de ‘laranjas’. A decisão foi proferida na noite de terça-feira (21).
O TSE reconheceu a existência de fraude à cota de gênero a partir da candidatura de Carla Daiane da Silva Capistrano, que considerada foi totalmente fictícia e fraudulenta. O argumento é de que, além dela não obter nenhum voto – incluindo o dela mesma –, a candidata não declarou bens à Justiça Eleitoral e não praticou nenhum ato de campanha em favor da sua candidatura.
Além disso, ela teria feito campanha ostensiva, inclusive nas redes sociais, em prol de outros candidatos. No total, o PDT concorreu com 15 pessoas e elegeu quatro dos 11 integrantes da Câmara de Vereadores de Uauá: Mário Oliveira, Bruno Lima, Rodrigo de Zé Mário e Leila de Jorge Lobo.
Com isso, todos os diplomas dos quatro eleitos foram cassados. O TSE determinou ainda que haja um recálculo dos quocientes eleitoral e partidário.
Em nota, o PDT da Bahia informou que anunciou a intervenção no diretório municipal do partido em Uauá após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral .
“Nós damos totaindependêncial aos diretórios municipais para que eles atuem nas eleições. Mas não podemos compactuar com fraudes. Por isso, já estamos fazendo a intervenção no partido em Uauá e vamos trabalhar para isso não se repetir. O PDT preza pelo respeito às candidaturas femininas e à legislação eleitoral. Apoiamos a decisão do TSE”, disse o presidente do partido na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior.
Félix Mendonça Júnior afirmou ainda que o PDT é um dos partidos que mais incentiva as candidaturas femininas.
“Defendemos a ampliação do espaço das mulheres nas políticas não só no discurso, mas na prática também. Em 2020, por exemplo, indicamos o nome de Ana Paula Matos para vice-prefeita de Salvador, ela que é pedetista. Nas eleições deste ano, temos candidatas fortes que irão competir. De modo que não aceitamos o que aconteceu em Uauá”. G1