O motorista Leandro Gomes Silva deve ser indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar), ao ser considerado culpado pelo acidente que matou a estudante de enfermagem Érica Costa Oliveira Silva, 22 anos e a dona de casa Maria da Glória Pereira Lemos, de 47 anos, em novembro do ano passado, na BA-680, próximo ao distrito de Coréia, em Potiraguá.
Mesmo não tendo permissão para conduzir ônibus e tão pouco transportar passageiros, o condutor teve acesso ao volante do veículo que caiu numa ribanceira. Além da estudante, outras 46 pessoas estavam no ônibus e todos sofreram ferimentos. O caso tramita na Justiça de Itarantim, microrregião de Itapetinga.
Entre os feridos estava Maria da Glória Pereira Lemos, de 47 anos, que sofreu fraturas múltiplas e morreu em 12 de fevereiro, após várias cirurgias, no Hospital regional de Conquista. Familiares das vítimas não descartaram a possibilidade de processar a empresa de turismo responsável pelo veículo.
Logo após o acidente, Leandro abandonou o local e fugiu, não sendo localizado pela polícia até o momento. O delegado de polícia civil, Éder Goulart Nogueira, responsável pela Delegacia Territorial de Itarantim, não descarta o pedido de prisão preventiva do acusado. Os pais de Érica, Fábio Moreira Santos e Célia Oliveira estiveram no Fórum de Itarantim, nessa segunda-feira, 3, para conversar com o juiz e a promotora e acompanhar o andamento do processo.
A defesa do acusado não se pronunciou até o momento, mas a irmã de Leandro, Aline Gomes da Silva, informou que cada um dos passageiros pagou R$200,00 pela viagem, fretada por uma mulher conhecida apenas como Maria Aparecida. Ela também não foi localizada.
MOTOR PAROU
O acidente aconteceu no começo da noite do dia 20 de novembro, um domingo, quando o grupo, que estava no ônibus da Pontual Turismo, retornava de uma excursão em Porto Seguro com destino a Vitória da Conquista.
Depois de receber o volante das mãos do dono da empresa e seu pai, Josué Gomes Silva, em Itagimirim (sul da Bahia), Leandro rodou mais de 60 km até provocar a tragédia. Em depoimento ao delegado o pai de Érica, Fábio Santos, confirmou o que foi apurado pelo Sudoeste Digital.
“Depois receber a direção do ônibus num posto de combustível em Itagimirim, Leandro rodou até a região de Potiraguá e, na altura do Km 35 da rodovia, o veículo pediu marcha”, contou.
Testemunhas disseram que Leandro engrenou uma marcha e, imediatamente, o motor parou de funcionar, descendo de ré e despencando numa ribanceira, capotando várias vezes.
O ônibus, da marca Mercedes Benz, foi fabricado em 1990 e, aparentemente, não apresentava problemas mecânicos. A perícia ainda não se pronunciou sobre os laudos iniciais.
Por: (Itapetinga Repórter)