A Covid-19 não saiu do foco dos especialistas, mas com a queda nos casos da doença, outra enfermidade que precisa de um pouco mais de atenção é a gripe. De acordo com informações da Secretária de Saúde da Bahia (Sesab), o aumento de casos de gripe por influenza é esperado por causa do período epidemiológico da doença, que ocorre no inverno.
Em entrevista ao Bahia Notícias, Ramon Saavedra, técnico da Vigilância Epidemiológica do Estado, reforçou a importância da vacinação diante desse período de aumento de casos de influenza, que já foi observado pelo monitoramento do comportamento do vírus ao longo dos anos.
“A campanha é feita por etapas com objetivo de atender os grupos de maior risco de contrair a doença. Nesse momento a imunização está sendo voltada para idosos e profissionais de saúde, que são os primeiros por fazerem parte da linha de frente, e depois vai se abrindo para outros grupos, como crianças, gestantes, puérperas e outros grupos que são considerados de risco”, explicou o especialista.
Conforme dados da Sesab, a princípio a campanha de vacinação ocorre de 4 de abril a 3 de junho, sendo o Dia D em 30 abril.
De acordo com o técnico de vigilância epidemiológica, no ano de 2021 houveram casos de síndrome gripal e de síndrome respiratória aguda grave, aquela que necessita de internação por causa de desconforto respiratório, que já haviam demonstrado um aumento devido ao coronavírus, que é um vírus que pode causar a doença. Além disso, no início da primeira quinzena de novembro do ano passado, foram confirmados casos de Influenza A pelo vírus H3N2 na Bahia, em um período que, segundo Ramon, é extremamente atípico de ter aumento de casos desse vírus, e que perdurou até o início de 2022. Porém, depois houve uma queda natural.
Diante desse momento atípico de casos da doença, o especialista relatou que a grande preocupação da Sesab foi alertar ao sistema de saúde para que mostrasse os casos e que suspeitasse oportunamente. “É dessa suspeita que é feita a notificação e nós conseguimos consolidar os dados, as informações, e de fato ter uma ideia do panorama da situação no estado”.
Ramon escalare que um quadro de gripe, que pode evoluir ou não para um síndrome respiratória aguda grave, pode ser causado por diferentes vírus respiratórios, como Sars-Cov-2, Influenza A H3N2, Influenza A H1N1, Influenza B e adenovírus, que são de transmissão respiratória.
“A questão é que influenza e Covid nós temos a vacina para proteger a população, por isso convocamos o público de risco para procurar as unidades de saúde para tomar as suas vacinas. Quanto maior a parcela dessa população vacinada, mais difícil para o vírus conseguir circular no nosso território”, afirmou o especialista.
O técnico de vigilância epidemiológica ressalta que a campanha contra a gripe é anual porque os vírus causadores da doença possuem capacidade de mutação genética muito alta, e mudam muito de acordo com a necessidade de sobreviver. Por isso, é importante que, para que haja o controle da doença e perpassar o período de tendência de aumento de casos, os públicos, à medida que forem sendo convocados, procurem o quanto antes um posto de saúde para que consigam tomar a vacina, que já está disponível e é gratuita.
Ramon chama atenção também para que caso o paciente infectado pela doença identifique, além da gripe, desconforto ao respirar, procure imediatamente um serviço de saúde para que um profissional faça um acompanhamento mais próximo e verifique a oxigenação.
“Diferente da Covid, que não tem um tratamento específico, a influenza tem o tratamento e, se for introduzido de forma oportuna, em até 48h, tem grandes chances de amenizar o quadro e não ter quadro grave. Então nós temos dois mecanismos que são o de prevenção, por meio da vacina, e o de tratamento, com um antiviral que é extremamente eficaz”, concluiu.
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