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MP-BA acusa ex-secretário de Mascote por improbidade administrativa

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) acusou o ex-secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Mascote, Esmeraldo de Andrade Costa, de cometer ato de improbidade administrativa. A denúncia foi oferecida à Justiça nesta quinta-feira (29) pelo promotor Yuri Mello. A ação civil pública aponta que o ex-secretário autorizou intervenções em local com vegetação nativa de Mata Atlântica, no sul da Bahia, sem ter a devida competência e legitimidade legais.

O MP pede que o ex-secretário seja condenado nas sanções previstas no artigo 12 da Lei 8.429/1992, entre elas a suspensão dos direitos políticos, proibição de contratar com o Poder Público e pagamento de multa. A autorização provocou desmatamento indevido de 25,7 hectares (aproximadamente 25 campos de futebol) de floresta atlântica, em estágios iniciais e médio de regeneração, conforme relatório de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de maio de 2015. De acordo com a ação, a autorização foi emitida por Esmeraldo Costa em dezembro 2014, permitindo empreendimento de roçagem de pasto na Fazenda Devaneio, zona rural do município de Mascote.

O promotor Yuri Mello apontou que o então secretário feriu os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Segundo Mello, “o acionado praticou ato administrativo fora das suas atribuições legais como agente público”, já que “tanto a autorização para manejo de floresta atlântica, quanto o manejo e a supressão de vegetação em imóveis rurais, quando inexiste licenciamento, são ações administrativas do Estado, não possuindo o ente municipal competência para tal matéria”.

Yuri Mello afirmou ainda que a autorização foi realizada sem nenhuma divulgação prévia – impedindo o controle social ou da própria Administração Pública  – e sem que, naquele momento, houvesse legislação municipal disciplinando a emissão ou dispensa de licença e autorização ambiental, já que o código ambiental do município foi instituído somente em 2015, quase um ano depois da autorização. (BN)


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