Os medicamentos vão ficar mais caros a partir do dia primeiro de abril. De acordo com a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrapar), o reajuste anual será de 4,33%, uma média da inflação mais a produtividade do setor farmacêutico. O cálculo foi baseado no Fator de Ajuste de Preços Relativos Entre Setores (Fator Y), fixado em 0,443% pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, do Ministério da Saúde, e publicado no Diário Oficial da União (DOU) da última segunda-feira.
O índice oficial será divulgado pelo Ministério da Saúde até o próximo dia 31 de março, também pelo DOU. O presidente da Febrapar, Edson Tomascia, diz que o reajuste já estava previsto e engloba os custos da indústria farmacêutica desde o último aumento, em abril de 2018. “A base é a inflação mais a produtividade do ano. Com inflação baixa e crescimento baixo deve gerar impacto, mesmo abaixo da inflação do período como ocorreu nos últimos anos”, afirma.
em abril, mas ele não compensa os custos da indústria que são calculados em dólar, e as farmácias não podem evitar o repasse ao consumidor porque já vão comprar com preços novos. “A alternativa para quem faz uso contínuo de remédios, se tiver condições, é antecipar as compras para driblar o aumento”, sugere.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Pernambuco (Sincofarma), Ozéas Gomes, afirma que os reajustes, nos últimos cinco anos, não representam as despesas que sobem, anualmente, sempre acima da inflação. “Salários dos funcionários, luz, água, impostos, e outras despesas fixas, sobem cerca de 10% por ano”, justifica. Segundo Gomes, o impacto é ainda maior em Pernambuco, onde 75% das 3.000 farmácias representadas pelo Sincofarma são micro ou pequenas empresas.
Os cálculos para o aumento de 2019, segundo o Ministério da Saúde, seguem os critérios usados a partir de 2015, a fim de melhor adequar o índice à realidade do mercado farmacêutico, favorecendo a concorrência. “A fórmula de cálculo, aprovada por consulta pública, garante maior transparência, por detalhar toda metodologia de cálculo do ajuste; maior segurança, por utilizar apenas fontes oficiais e públicas; maior previsibilidade, por determinar datas de divulgação dos fatores; e maior racionalidade, por estimar com maior precisão a concorrência de mercado e por usar fontes que refletem melhor todo o mercado brasileiro de medicamentos”.