Autor de declarações polêmicas, o procurador de Justiça Rômulo Moreira, que atua perante o Ministério Público da Bahia (MP-BA), analisou um cenário de caos no Brasil caso o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) seja eleito no próximo domingo (7).
“Se nós observarmos as pesquisas últimas, do Ibope e Datafolha, que foram feitas após essas manifestações contra o candidato que está à frente das eleições, a gente vai ver que essas manifestações não surtiram efeitos. É um negócio muito claro.
Essas pesquisas foram feitas depois, então não surtiram efeitos. Pelo que se extrai dessas pesquisas, inclusive o Bolsonaro cresceu entre as mulheres. Veja como é esquisito, estranha. Um movimento tão uno, tão forte das mulheres do Brasil contra o que representa esse candidato em termo de conservadorismo, ideia retrógada, e ele cresce. Portanto, meu caro, é estocar comida, né velho?”, disse em entrevista ao apresentador José Eduardo, na Rádio Metrópole, nesta quarta-feira (3).
Questionadopelo apresentador sobre a possibilidade de “estocar comida”, caso o candidato do PSL seja eleito, ele reiterou. “Eu acho. Do jeito que a gente está… Quem tem dinheiro, pode ir para fora do Brasil. Quem não tem, estoca comida e fica em casa. Se esse sujeito ganhar as eleições, vai ser um governo militar.
Não estou nem falando desse rapaz, o vice [General Mourão]. O grupo de trabalho que organiza o plano de governo dele tem quatro cinco seis generais. É formado especialmente por militares da reserva. Nós teremos um governo de militares”.Na conversa, o procurador deixa claro que política não é lugar de militar.
“Nada contra militares. Eu acho que cada macaco em seu galho. Militar deve ficar a postos para defender a pátria, eventualmente para socorrer às vítimas em uma catástrofe da natureza, mas eles não podem participar… ‘Ah, mas eles são da reserva’. Mas veja qual é a formação desse pessoal. Vamos ser presididos praticamente por uma junta de governo. Porque o sujeito mesmo não tem condições nenhuma de governar nada. Completamente desqualificado, despreparado para qualquer coisa.
Ele é um parlamentar de quinta categoria. Ele vai ser manipulado por um faz tudo que é o Paulo Guedes, e por essa junta militar. Eu não sei nem como a gente vai viver, se expressar. Doravante, se esse sujeito ganhar. Vamos viver um estado de exceção muito mais agudo do que vivemos hoje. O que é pior, eleito.
Ele tem legitimidade popular”.No último dia 28, o BNews publicou que a procuradora-geral do MP-BA, Ediene Lousado, comunicou ao procurador Rômulo Moreira o cumprimento da determinação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para suspensão do membro por dez dias, a partir de 15 de outubro. A pena é referente a um processo administrativo disciplinar. No referido processo, Rômulo foi julgado por uma publicação em rede social. Desta vez, ele fez uso de conteúdo e linguagem considerados ofensivos a respeito do CNMP.