Maior refinaria privada do Brasil, a refinaria de Mataripe, na Bahia, aumentou, neste sábado (15), os preços da gasolina e do diesel. Foi o segundo aumento após o corte de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que pressionou as cotações internacionais. Diferente da refinaria de Mataripe, a Petrobras vem segurando repasses, embora as defasagens sigam em patamares elevados desde o início do mês. Fontes da alta administração da empresa relatam pressão do governo para evitar notícias negativas até o fim da eleição, segundo a “Folha de S.Paulo”.
A refinaria elevou o preço da gasolina em 2%. O do diesel-S10 foi aumentado em 8,9%. No sábado anterior, a empresa já havia aumentado os preços em 9,7% e 11,3%, respectivamente. Controlada pelo fundo árabe Mubadala desde dezembro, a refinaria tem repassado as variações das cotações internacionais aos preços de seus produtos de maneira mais ágil do que a Petrobras. Esse processo lhe rendeu críticas no início deste ano, quando o petróleo subia no mercado internacional. A Acelen, empresa do Mubadala que gere a refinaria diz que os reajustes refletem “os preços das variáveis de mercado relacionadas ao diesel e à gasolina, que se mantiveram em patamares elevados no mercado internacional, em função da queda de estoques no mundo”. “A empresa possui uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado”, disse e empresa, em nota. A refinaria de Mataripe responde por 14% da capacidade brasileira de produção de combustíveis. De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem entre o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras e a paridade de importação estava em 8%, ou R$ 0,30 por litro, na abertura do mercado desta segunda-feira (17). No caso do diesel, a defasagem era de 12%, o que significa que o preço médio brasileira estava R$ 0,70 por litro abaixo da paridade de importação, conceito que simula quanto custaria para importar o produto dos fornecedores mais próximos.
Dono da Refinaria de Mataripe, Mubadala faz proposta pela BP Bunge Bioenergia
O Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, fez a melhor oferta para comprar a joint venture brasileira de etanol BP Bunge Bioenergia, terceira maior processadora de cana-de-açúcar do mundo. A informação foi dada pelo jornal “Valor Econômico”. Seria o primeiro investimento do fundo em etanol no País. A proposta do fundo foi superior em relação à proposta da Raízen (RAIZ4), maior produtora de açúcar e etanol do Brasil. De acordo com o “Valor Econômico”, nenhum acordo deverá ser sacramentado antes das eleições presidenciais no Brasil. A Bunge busca se desfazer de suas usinas de etanol no Brasil há anos. Em 2018, ela considerou uma oferta pública inicial de ações (IPO) antes de entrar na joint venture com a BP, em junho do ano seguinte. Desejada pelo Mubadala, que controla a Refinaria de Mataripe, a BP Bunge Bioenergia possui 11 unidades produtoras e produz mais de 1,5 bilhão de litros de etanol, 1,1 milhão de toneladas de açúcar e exporta 1,2 mil gigawatt-hora de energia para a rede elétrica brasileira.