Em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, o clima na prefeitura anda mais quente que o verão baiano. E o epicentro da turbulência atende pelo nome de Maurício Pedrosa, atual secretário de tudo — ou quase isso — da gestão de Robério Oliveira (PSD).
Conhecido nos bastidores como o “homem de ferro” da ex-prefeita de Porto Seguro, Cláudia Oliveira, Maurício parece ter trocado de CEP, mas não de estilo. Segundo fontes do próprio grupo governista, ele tem se envolvido em praticamente todas as decisões do prefeito, centralizando poderes, criando atritos e afastando aliados históricos de Robério.
Pedrosa é acusado nos bastidores de agir com um misto de rigidez e arrogância, o que tem gerado desconforto generalizado no primeiro escalão. O que mais intriga, porém, é a blindagem absoluta que o secretário possui — seja por gratidão antiga ou por acordos não tão claros.
Aos cochichos nos corredores da sede da prefeitura, somam-se rumores de negociações nebulosas com fornecedores e um crescente isolamento político dentro da própria base. Tudo isso alimenta a pergunta que corre de gabinete em gabinete: até onde vai o poder de Maurício Pedrosa?
No momento, o prefeito assiste em silêncio — talvez temendo o custo político de enfrentá-lo. Enquanto isso, o “supersecretário” segue firme, forte e com um poder que parece imune até às rachaduras internas.
Como diria um velho cacique da política baiana: “sobreviver no poder é mais difícil do que conquistá-lo.”